
O projeto Eu Quero Viver, do artista Gabriel Bicho, está ocupando o prédio do Centro Cultural Veras com uma série de faixas decorativas que entrelaçaram memórias, afetos e lutas em torno das árvores brasileiras, vistas nesta intervenção arquitetônica como um símbolo de força e resiliência.
A primeira etapa aconteceu no dia 20 de agosto, na Praça da Cidadania, no campus da UFSC em Florianópolis. Batizado de “Procura-se histórias sobre árvores”, o ATO I propôs uma colheita de relatos sobre a relação entre pessoas e árvores, entendendo as próprias vidas como lugares de memória. Na companhia da artista Erika Artmann, Bicho reuniu fragmentos em áudio, textos e desenhos que depois serviram de ponto de partida para as criações coletivas nos ateliês livres realizados no Veras.
Nos dias 30 de agosto e 6 de setembro, os encontros intitulados “Cultivando novas formas de lutar”, ATO II do projeto, convidaram o público a produzir faixas que verbalizassem a luta das árvores brasileiras, inspirando-se em espécies nativas da Amazônia e da Mata Atlântica. Todas as pessoas participantes assinaram as obras junto de Gabriel, criando um registro coletivo das criações.
O ATO III, etapa final, é a ocupação arquitetônica “Eu Quero Viver”, que transformou o Veras em um território poético de resistência e cuidado. As faixas criadas nos ateliês atravessam a arquitetura do espaço e abrem novas leituras para o edifício. Para o curador Josué Mattos, a proposta “tensiona a materialidade do prédio com a urgência da vida, fazendo do gesto coletivo uma afirmação de permanência”. Assim, o projeto se consolidou como um manifesto vivo, feito de histórias, mãos e lutas compartilhadas.
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Eu Quero Viver, de Gabriel Bicho – intervenção arquitetônica no Centro Cultural Veras
Entrada gratuita, acesso livre.