Adriane Kirst, Alice Freire, Clara Rovaris, Clara Vieira Silveira,
Coletiva 7Mulheres, Dharma das, François Muleka, Guilherme
Bruschi, Jéssica Junqueira, Lais Krücken, Lucas Speranza, Marinês
Busetti, Mauricio Igor, otropicalista, Paulo Burani, Sílvia Carvalho,
Samuel Casal, Soninha Vill, Tauan Gon, Vinicius Flores.
A ocupação da Sala Mira pelo grupo de artistas que integra o ateliê de acompanhamento de projetos do Centro Cultural Veras considera dois movimentos fundamentais para o adensamento de linguagens da arte.
O primeiro exige engajamento com ambientes que se transformam em territórios e períodos múltiplos. Por isso, fazer ideias circularem equivale a ampliar a possibilidade de diálogos com o mundo-público, de modo a considerar a repetição de tais movimentos como uma das origens de trilhas e vestígios gerados por artistas que viveram em outros períodos históricos. Talvez por isso mirar em retrospecto para processos repertoriados na história da arte como quem resgata esquecimentos, revisa protagonismos e valida outros modos de perceber o horizonte de possibilidades da prática artística seja um dos princípios para indicar e imaginar rodas de conversa e outras fertilidades.
Ao tornarem públicas algumas narrativas que colocam em funcionamento caminhadas por terrenos políticos, culturais e espirituais, o grupo de artistas interroga o modo como a vida vem sendo catalogada, como as discriminações desintegram correlações entre as múltiplas formas de vida e, não raro, reforçam os elos indissolúveis entre cultura e natureza. Ancorar, neste caso, consiste em movimentar ideias em chão estável, em campo aberto de trocas que associam a arte ao movimento de comunidades migratórias. Ancorar a prática consiste, também, na extensão de processos, pesquisas de materiais e suas espacializações, além de imaginar um conjunto de ideias e formas capazes de comunicar inquietações e novas modalidades de transmissão de conhecimento.
Assim, o ateliê pode ser considerado um laboratório contínuo de provocações geradas por caminhos trilhados em campos muitas vezes desconhecidos por quem acompanha processos alheios. A primeira edição encerra em dezembro de 2024, com encontros abertos, quinzenalmente. O Ateliê Aberto do centro cultural não existiria sem a colaboração e o apoio dos Amigos do Veras, da Studio de Ideias – Produtora Cultural, da Multicolor Ateliê de impressão, de Judith Veran e Luciana Petrelli.